Arquivos de Tag: Rosto
Quando Fores Velha, Grisalha, Vencida pelo Sono – William Butler Yeats
Quando fores velha, grisalha, vencida pelo sono,Dormitando junto à lareira, toma este livro,Lê-o devagar, e sonha com o doce olharQue outrora tiveram teus olhos, e com as suas sombras profundas; Muitos amaram os momentos de teu alegre encanto,Muitos amaram essa beleza com falso ou sincero amor,Mas apenas um homem amou tua alma peregrina,E amou as …
Serenata – Cecília Meireles
Permita que eu feche os meus olhos, pois é muito longe e tão tarde! Pensei que era apenas demora, e cantando pus-me a esperar-te. Permite que agora emudeça: que me conforme em ser sozinha. Há uma doce luz no silencio, e a dor é de origem divina. Permite que eu volte o meu rosto para …
O Retrato Fiel – Gilka Machado
Não creias nos meus retratos, nenhum deles me revela, ai, não me julgues assim! Minha cara verdadeira fugiu às penas do corpo, ficou isenta da vida. Toda minha faceirice e minha vaidade toda estão na sonora face; naquela que não foi vista e que paira, levitando, em meio a um mundo de cegos. Os meus …
A Estrada – Daisaku Ikeda
Existe uma estrada. Essa estrada, é a estrada que eu amo. Eu a escolhi. Quando trilho esta estrada, as esperanças brotam e o sorriso se abre em meu rosto. Dessa estrada nunca, jamais fugirei. Daisaku Ikeda
Soneto de Eurydice – Sophia Andresen
Eurydice perdida que no cheiro E nas vozes do mar procura Orpheu: Ausência que povoa terra e céu E cobre de silêncio o mundo inteiro. Assim bebi manhãs de nevoeiro E deixei de estar viva e de ser eu Em procura de um rosto que era o meu O meu rosto secreto e verdadeiro. Porém …
Intermezzo – Giuseppe Ghiaroni
Um ligeiro intervalo de esperança foi a nossa escapada da rotina: cada dia uma glória repentina cada noite a euforia da mudança. Um ligeiro intervalo de esperança e eu julguei ter achado o ouro e a mina. Vi no teu rosto aquela luz divina, voltei a ser poeta e a ser criança. Foi a nossa …
Um Sorriso – Manuel Bandeira
Vinha caindo a tarde. Era um poente de agosto. A sombra já enoitava as moutas. A umidade Aveludava o musgo. E tanta suavidade Havia, de fazer chorar nesse sol-posto. A viração do oceano acariciava o rosto Como incorpóreas mãos. Fosse mágoa ou saudade, Tu olhavas, sem ver, os vales e a cidade. – Foi então …